segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

BELEZA




Há quem corra o mundo em busca da beleza. O mais provável é voltar de mãos a abanar, apenas com um passaporte cheio de carimbos e nada mais (por certo, a arrotar importância, mas isso é outro assunto). A beleza está ao alcance dos olhos que saibam ver. Não é verdade, Eugénio?

«A BELEZA
Chovera. Que sorte ter nos meus olhos essa melancólica praça quase deserta, os oiros glaucos de Bellini espalhados pelas lajes molhadas e os verdes todos, do esmeralda ao musgo, escurecidos pela noite que se avista já de algumas mansardas. Porque a beleza, ou é esta entrega a quem de súbito a descobre, ou se esconde, cruel, a quem faz da sua procura uma perseguição de carniceiro».
(Eugénio de Andrade, "in" "Vertentes do Olhar")

                                               

                                                                         Eugénio de Andrade, por José Rodrigues 

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